sexta-feira, 5 de maio de 2017

2017/18: Época decisiva para JJ

Parece impossível, mas se o Sporting conseguir vencer o próximo jogo, ainda terá matematicamente hipóteses de ser campeão, mesmo que por umas horas. Mas realisticamente falando, uma vitória frente ao Belenenses garante-nos, pelo menos, o play-off da Liga dos Campeões.
É pouco por uma época onde as expectativas iniciais eram bem mais altas. Na Liga dos Campeões, só com um sorteio muito favorável poderíamos aspirar ao apuramento para os oitavos de final. Mas o 3.º lugar era um objectivo mais do que alcançável pela nossa equipa, pelo que a nossa eliminação prematura das provas europeias não pode ser encarada de outra forma que não a de um tremendo fiasco.
Nas taças também podíamos ter feito muito mais. Na de Portugal fomos eliminados num dos terrenos mais difíceis da Liga, é certo, mas sem ter jogado a ponta de um chavo. Na da Liga, apesar da habilidade da arbitragem, também poderíamos ter feito muito mais do que fizemos. Comparemos esse jogo com a visita a Setúbal para o campeonato. Dois tremendos fiascos.
Por último, a competição mais importante. Esperava um campeonato diferente deste, apesar de ter as expectativas mais baixas do que a maioria dos sportinguistas. A indefinição da continuidade de pedras basilares da equipa, como Slimani, João Mário ou Adrien, adivinhavam um arranque complicado para o leão. Apesar do nosso capitão ter ficado, percebeu-se no inicio que o plano para a ausência dos primeiros era inexistente. Comprou-se Bas Dost, é certo, mas o holandês demorou a encaixar no modelo de jogo. Markovic, Campbell e Elias, apesar das expectativas criadas, não foram capazes de catapultar a equipa para um nível superior de qualidade. Os laterais revelam-se desde inicio problemáticos (João Pereira, o melhor, foi incompreensivelmente vendido). Os jogadores da formação despachados para outras equipas da Liga. O resultado foi uma primeira volta assustadoramente frágil, com perdas de pontos inacreditáveis. A segunda volta foi melhor, é certo, mas insuficiente para recuperar das asneiras cometidas antes.
Os nossos dois rivais também contribuíram para o agravamento do nosso desaire interno. O benfica, ao contrário do que eu esperava, não quebrou. Esperava que as fragilidades do plantel encarnado habilidosamente escondidas na época passada ficassem agora mais à vista. Isso não aconteceu, continuaram a ganhar os jogos aos repelões e tropeções, não sem as ajudinhas do costume. O porto, cujo plantel não me parecia (e continua a não me parecer) equilibrado para ganhar o campeonato, revelou-se afinal como uma equipa de garra. Essa garra serviu para disfarçar as debilidades do plantel, relançou a equipa na discussão do campeonato e só por falta de sangue-frio nos momentos chave é que não estão em primeiro lugar. Mas diga-se também, em abono da verdade, que o relançamento dos azuis e brancos deveu-se igualmente a algumas ajudinhas externas à equipa.
A próxima época será decisiva para Jorge Jesus. O treinador foi decisivo na nossa boa época de 2016/17, mas nesta está completamente associado ao desastre. E se para o ano queremos voltar a lutar pelo título lá no cimo da tabela, precisaremos do melhor JJ para conduzir os nossos jogadores à vitória. Do JJ que prepara exaustivamente o posicionamento da equipa, que exige intensidade de jogo, que percebe qual o melhor jogador para aquela posição. Não do JJ dos mind-games e das mudanças de chip.
É agora ou nunca, Jorge!

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